4 passos para a comunicação não violenta
4 passos para a comunicação não violenta.
No texto mais recente publicado aqui no Vida Inovadora, você descobriu a importância de adotar a comunicação violenta com seu filho ou filha.
Lá você aprendeu o que é comunicação não-violenta, como ela foi desenvolvida nos anos 1960 pelo psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg, por que ela é importante e quais habilidades socioemocionais são ativadas para que você possa se comunicar de forma não violenta com seu filho ou filha.
Convencido sobre a importância dessa forma de comunicação, você pode estar se perguntando: como aplicar tudo isso na prática?
Esse é justamente o nosso tema de hoje.
Vamos abordar os quatro passos essenciais para começar a se comunicar de forma não violenta com seu filho ou filha e fazer uma indicação de leitura que pode trazer aprofundamento no tema.
Antes porém, deixamos algumas recomendações de conteúdos relacionados que já publicamos aqui no VidaInovadora e que podem lhe interessar:
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- Não seja autoritário, mas tenha autoridade
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Vamos aos 4 passos para a comunicação não violenta.
Passo 1: Observação
O primeiro passo para estabelecer uma comunicação não violenta é entender o que se passa com seu filho ou filha.
Todo pai, toda mãe com alguma experiência aprendeu, desde os primeiros dias de vida de seu bebê, que um choro só acontece quando existe algum motivo para ele.
Ou a fralda está cheia e incomoda a criança, ou ela está com sono, com fome, ou ainda com frio ou calor… Entender essa necessidade é parte da solução para o problema.
O choro é uma forma de comunicação. O que pais e mães aprendem a fazer com os bebês quando eles choram é observar o que está acontecendo para tentar solucionar o problema.
Infelizmente, parece que muitos de nós nos esquecemos da importância de observar o cenário quando a criança cresce e aprende a se expressar com palavras em lugar de choro.
O primeiro passo, portanto, é resgatar a nossa capacidade de observação sobre o que está realmente acontecendo numa determinada situação.
A mensagem que está sendo recebida tem algo positivo a acrescentar?
Lembre-se que essa mensagem pode estar sendo transmitida de forma oral ou por meio de atitudes e linguagem corporal.
Observe sem fazer juízo de valor. Tente compreender o que o incomoda na forma como a mensagem está sendo transmitida e o que o agrada.
É como se fosse a luz vermelha do Método Metacognitivo do Semáforo, lembra?
Essa capacidade de observação é um passo importantíssimo, porque freia uma das características mais humanas que é a reação imediata.
Voltando ao exemplo do choro, a reação imediata seria mandar o bebê parar de chorar. Uma atitude absolutamente improdutiva, do ponto de vista do resultado, concorda?
Observar e entender a situação é um passo fundamental para criar uma comunicação não violenta e, dessa forma, chegar a uma estratégia mais eficiente de comunicação e solução de conflitos.
Passo 2: Sentimento
Entender as emoções e sentimentos despertados pela situação é o segundo passo para estabelecer uma comunicação não violenta.
Nomear o que se sente é um passo fundamental porque essa compreensão ajuda a prever as reações instantâneas e perceber os pré-julgamentos que fazemos diante de situações.
Para se comunicar de forma não violenta e conseguir resolver conflitos, é necessário que saibamos nomear emoções e sentimentos negativos como mágoa, medo, raiva… E também positivos, como euforia, felicidade, gratidão.
Não tenha medo de ser vulnerável.
Você se lembra do Método Metacogntivo do Espelho?
Ele pode ser um ótimo aliado na promoção do autoconhecimento necessário para que você possa identificar suas fraquezas, suas fortalezas, e saiba diferenciar o que sente daquilo que pensa ou interpreta a respeito da situação.
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Passo 3: Necessidades
Agora que você já sabe o que sente, o passo seguinte é entender as necessidades ligadas a esse sentimento.
Quando aprendemos a expor nossas necessidades, aumentamos as chances de que elas sejam atendidas.
Lembre-se: para chegar à real necessidade despertada pela situação, é importante ser capaz de reconhecer, de forma clara e honesta, as suas vulnerabilidades.
Somente com o autoconhecimento desenvolvido você conseguirá cumprir essas três etapas iniciais de maneira assertiva.
Passo 4: Pedido
É o momento de encaminhar a situação para uma resolução positiva.
Na etapa do pedido, você deve ser capaz de formular uma solicitação específica, que envolva ações concretas.
Essa é a melhor forma de tornar cristalina a atitude que você espera da outra pessoa.
Tente se expressar de maneira positiva e afirmativa na formulação desse pedido. Frases abstratas, vagas ou ambíguas não favorecem a comunicação.
Como o objetivo é ter sua necessidade atendida, não convém deixar margens a interpretações. Seja assertivo.
Que tal um exemplo?
Vamos imaginar uma situação hipotética e ver como a comunicação não violenta pode resultar em melhor solução para o problema?
Imagine que você está num evento da escola de seu filho ou filha pré-adolescente. Ele, ou ela, está sem agasalho e o tempo está esfriando.
Você já pediu que ele ou ela vista o moleton, mas pré-adolescentes estão em fase de autoafirmação e seu filho ou filha não atendeu ao seu pedido.
No exato momento em que você está conversando com outra mãe ou pai da escola, alguém que acabou de conhecer, seu filho ou filha chega perto e pergunta:
– Por que você está me olhando com essa cara de #@$%*?
Você fica chocado com o palavrão que lhe foi dirigido, ainda mais na frente de outro adulto que vocês mal conhecem.
Como você reage?
A primeira reação da maioria das pessoas seria repreender o filho ou filha na frente do adulto com uma bronca astronômica? A partir do comportamento inadequado do pré-adolescente, nós, adultos, temos a tendência de nos rebaixarmos ao mesmo nível.
Essa é uma má escolha, acredite.
Numa situação de comunicação não violenta, a resposta do adulto poderia ser algo parecido com:
– Meu filho(a), talvez você tenha pensado que eu estava falando sobre você com esta outra mãe, por causa da nossa conversa a respeito do agasalho (observação). A verdade é que eu não estava falando sobre esse assunto, mas mesmo que estivesse, fico muito triste e até mesmo chocada(o) (sentimento) com a forma como você se dirigiu a mim. Quem não o conhece, pode imaginar que você é uma pessoa má, que maltrata seus pais, e eu não quero que os outros pensem que eu sou uma mãe(pai) incapaz de educar o próprio filho (necessidade). Você pode por favor pedir desculpas à esta nossa amiga e a mim por ter falado dessa maneira? (pedido).
Dica de leitura
Todas as dicas deste post foram baseadas nas teorias de Marshall Rosenberg, criador da comunicação não violenta.
Para aprender mais sobre essa forma de se comunicar, você pode ler o livro escrito por ele, Comunicação Não Violenta, editado pela Editora Ágora.
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