A criança a partir dos 12 anos

A criança a partir dos 12 anos.

Chegou o dia do último post desta minissérie sobre as etapas de desenvolvimento das crianças segundo a teoria do psicólogo suíço Jean Piaget.

Você que vem nos acompanhando nas últimas semanas já aprendeu sobre o desenvolvimento da criança dos 0 aos 2 anos, dos 2 aos 7 anos e dos 8 aos 12 anos.

Hoje vamos falar sobre a criança a partir dos 12 anos.

Em primeiro lugar, nosso objetivo com esta série é esclarecer pais e mães sobre a melhor maneira de lidar com os inúmeros desafios que mudam a cada nova fase de crescimento dos filhos e filhas.

Por isso, nada melhor do que conhecer como se dá o desenvolvimento a partir dos estudos de um dos maiores pensadores da educação.

Jean Piaget (1896-1980)

Relembrando rapidamente a teoria de Piaget, depois de observar o raciocínio das crianças em situações de sala de aula em diferentes idades, o psicólogo suíço dividiu as fases do desenvolvimento infantil em 4 grandes campos:

• Sensório-Motor, dos 0 aos 2 anos (clique aqui para ler sobre esta fase);
• Pré-operatório, dos 2 aos 7 anos (clique aqui para ler sobre esta fase);
• Operatório Concreto, dos 8 aos 12 anos (clique aqui para ler mais sobre esta fase);
• Operatório Formal, a partir dos 12 anos.

Em seguida, vamos falar um pouco mais sobre o desenvolvimento Operatório Formal, que começa junto com o início da adolescência, a partir dos 12 anos.

Desenvolvimento Operatório formal

O cérebro se desenvolveu e, a partir de agora, o adolescente adquire uma capacidade cognitiva que se aproxima daquela verificada nos adultos.

Em outras palavras, ele consegue fazer deduções, trabalhar com a abstração, é capaz de elaborar hipóteses mais complexas e acionar o pensamento lógico.

Leitura crítica do mundo

Esse desenvolvimento vai abrir ao adolescente a possibilidade de compreender teorias, doutrinas e conceitos. Dessa maneira, ele passa a ser capaz de fazer uma leitura crítica do mundo em que vive.

Isso inclui, claro, os pais e mães.

Nesse sentido, nesta fase, a compreensão maior de mundo faz com que o adolescente deixe de enxergar as atitudes de seus pais e mães como incontestáveis. Dessa forma, eles passam a criticar bastante as posturas dos adultos quando discordam delas e fazem uso intensivo de ironias para expressar seus descontentamentos.

Independência

Esse movimento acentua a necessidade de conquistar independência e autonomia em relação aos progenitores.

Logo que, eles passam a assumir as próprias opiniões e definir posições em relação a temas do momento, e muitas vezes em desacordo com as opiniões e posições dos adultos, especialmente dos pais e mães. Esse processo, então, forma a personalidade.

Empatia

O desenvolvimento da capacidade de abstração dá ao adolescente a habilidade de aprender a partir das experiências de outras pessoas.

Essa capacidade é importante para que ele aprenda a partir de situações negativas sem ter de vivenciá-las pessoalmente. Por isso, é um momento importantíssimo para o desenvolvimento da empatia, uma habilidade socioemocional que será necessária para o restante da vida.

Planejamento do futuro

Outro desenvolvimento gerado pela conquista do pensamento abstrato é a capacidade de resolver problemas complexos e de planejar o futuro.

Posto que são outras duas habilidades socioemocionais fundamentais para a vida adulta que podem ser desenvolvidas a partir do uso de jogos de raciocínio.

Como estimular

Nós, pais e mães, podemos contribuir com o desenvolvimento cognitivo de nossos filhos de várias maneiras, nas diferentes fases de desenvolvimento.

Algumas ideias de atividades interessantes são:

1. Adivinhação: use jogos como o clássico “O que é o que é” para ampliar a capacidade de abstração, estimulando a criatividade;
2. Silêncio e imobilidade: brincadeiras que usam o movimento e a parada, como a clássica “Estátua”, desenvolvem o controle motor e ajudam as crianças e adolescentes a adquirir domínio sobre as próprias emoções;
3. Jogos de tabuleiro: são o recurso central na metodologia Mind Lab adotado no Programa MenteInovadora, justamente por estimular o pensamento estratégico e hipotético e auxiliar no desenvolvimento das habilidades socioemocionais;
4. Canto e movimento: as clássicas brincadeiras de mão, como “Escravos de Jó” e “Adoletá”, exercitam a memória, destravam a inibição e ajudam na flexibilidade cognitiva.

O desenvolvimento do seu filho ou filha

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