Não é novidade que a adolescência é um período intenso e muitas vezes conturbado. Afinal, tanto corpo quanto cérebro estão se transformando rapidamente. Porém, os traumas emocionais nessa fase podem ter consequências.
Mas antes de qualquer julgamento, é preciso conhecer o contexto em que se encontram esses jovens. Para isso, não basta analisar um único ângulo, como por exemplo o tão mencionado desenvolvimento dos hormônios sexuais. Até porque este é um fator natural e esperado.
Ou seja, tê-lo em mente ajuda sim a entender melhor alguns desafios desta fase, como as tensões das primeiras experiências sexuais e afetivas. Porém é preciso lembrar que muitas das principais dores na adolescência, tem origem social e emocional.
Dores estas, que se banalizadas podem se intensificar para níveis muito além dos esperados. Começando pelo surgimento da depressão e da ansiedade e partindo até mesmo para um surto trágico como o do suicídio.
Por isso a importância do diálogo e do apoio emocional constante, especialmente diante de qualquer sinal que seus filhos estejam emitindo. Afinal, sabemos que por medo ou vergonha, é comum que os pais fiquem de fora de alguns dos principais momentos e experiências desta época.
Para ajudar, listamos 3 sinais que requerem atenção especial, independentemente do tamanho real do problema que eles estejam passando!
1) Isolamento da Família
Quando os filhos crescem, é natural que busquem mais independência e até passem menos tempo com a família do que antes. Ainda assim, esse processo precisa ser equilibrado e a conexão familiar deve se manter forte, principalmente em profundidade.
Quando os filhos buscam o constante isolamento da família, seja pelo meio social ou mesmo dentro de casa, se trancando em seu quarto por muitas horas, é importante estar atento.
Quanto maior for a distância entre vocês, menor a chance dos pais perceberem o que está realmente acontecendo. Esta fuga também pode até estar ligada aos problemas familiares, com os quais os adolescentes se sentem frustrados e não sabem como lidar dentro casa. Assim, ter uma estrutura familiar funcional é fundamental para construir bases sólidas com os filhos.
2) Mudança bruscas de comportamento
Apesar de a adolescência ser um período de grandes transformações, as mudanças bruscas podem surgir como uma reação externa na forma de mudança de comportamento. Isso pode ser resultado de uma dor não comunicada. A dificuldade de se expressar faz com que essas dores se manifestem indiretamente, seja no humor ou mesmo por alguma atitude considerada nociva.
Problemas na escola, sejam de notas ou comportamento, distanciamento de atividades que antes eram prazerosas, abordagens exageradas para conflitos cotidianos são alguns desses sinais.
As reações costumam ser inconscientes e muitas vezes sequer estão ligadas ao motivo manifestado. No lugar de fomentar uma discussão com um filho que está sempre reclamando, por exemplo, tente entender o que está por trás dessa insatisfação.
3) Uso de Álcool e Drogas
A princípio pode parecer uma tendência da idade e uma fase passageira. Mas o uso de entorpecentes de todos os tipos é um dos primeiros sinais de inadequação interior.
Seja por inibição social, tensões, ansiedade ou até busca de aceitação no meio. Muito longe de corrigi-las, apenas camuflam estes problemas emocionais e podem vir a se tornar vícios altamente depreciativos.
Nesta hora, porém, é importante evitar moralismos e julgamentos. No final, o diálogo franco e aberto será mais útil para que seu filho se abra sobre os reais motivos que podem o estar levando a este estilo de vida.
É preciso abandonar o tabu
Ter filhos que apresentem alguns desses sinais, não os faz necessariamente depressivos e muito menos indica que eles irão cometer um ato fatal, como o do suicídio. Muitas vezes, são originados por traumas ou acúmulos mal resolvidos dentro de si mesmos.
Ainda assim, por se tratar de um fator surpresa na vida de qualquer família, não cabe aos pais rotular os verdadeiros fatores de risco para começar a desempenhar os papeis adequados de que os adolescentes necessitam.
Para tanto, é preciso desmistificar o tabu em torno do suicídio e dos problemas psicológicos.
A percepção consciente sobre esses desafios é o primeiro passo. Logo em seguida, é preciso se abrir a uma comunicação acolhedora que considere as emoções e opiniões dos seus filhos.
E só então analisar mais profundamente sobre os tratamentos e soluções individuais para cada caso.
Estar atento aos sinais e talvez até mais ainda aos “não-sinais”, é o diferencial de uma família estruturada emocionalmente e que irá apoiar estes jovens, para que lidem com questões da vida de uma maneira mais consciente e saudável.
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3 Comentários. Deixe novo
É um sentimento de dó, falo isso enquanto educadora, tenho mais este sentimento, quando converso com os familiares, e eles que respondem que já fizeram de tudo, e não sabe mais o que fazer!
Passei por isso, hoje com 30 anos vejo claramente que tive um sério problema, que na época com 16 anos, não tinha noção do que estava acontecendo, e os familiares ao redor não souberam lidar com minha sitiação. Aos 16 anos morava eu e meu Pai, em uma cidade do interior, meu Pai veio a falecer, tive que me mudar para SP. Morar na casa da minha Mãe e mimhas irmãs. Além da dor da perda do meu Pai, tive que lidar com a mudança do dia a dia, largeui namorada, amigos de verdade. Um lugar onde gostava, para uma realidade totalmente diferente.
Passei a beber muito, e usar drogas. Não levava a vida mais a sério. Demorei muito para “acordar”. Hoje estou carregando o fardo, não me preparei para a vida profissional, tenho problemas em me socializar, sofro de ansiedade. Mas apesar de tudo sou uma pessoa feliz, tenho minha familia, estou longe das drogas. Mas tudo poderia ser melhor, se tivesse um acompanhamento, ou ao menos uma pessoa que me entendesse, no momento mais difícil da minha vida.
Eu tenho 17 anos e sofro com ansiedade meus pais bebem muito eu só qria ajuda de alguém não aguento mas viver a única coisa q penso é em tirar minha vida,hj ele perdeu o ônibus de tão bebado q estava, já tive várias vezes q buscar ele no bar, não tenho vida,só penso se um dia vou ser feliz.