Quando os filhos só dizem “não”!
Quando os filhos só dizem não!
Toda criança passa por essa fase, mais ou menos por volta dos 2 anos de idade. De repente, da noite para o dia, é “não” para tudo. “Não” para o banho, “não” para escovar os dentes, “não” para calçar o tênis, “não” para o cochilo da tarde, “não” na hora de ir para a cama… Pense numa situação. Se a proposta parte do pai, ou da mãe, a resposta será não.
Muitos adultos perdem a paciência com isso e começam a se preocupar.
“Será que meu filho ou filha está com algum problema? Por que, de repente, rejeita tudo o que vem de mim? O problema será comigo?”
Desculpe, pai ou mãe em desespero, mas a resposta a essas suas dúvidas é… não! 😊
Seu filho ou filha não decidiu, de repente, que a missão dele ou dela nesse mundo é responder “não” a tudo o que você propõe com o firme propósito de atormentar a sua vida. O “Não” recorrente, nessa fase, é absolutamente normal e, acredite, é inclusive saudável.
A psicologia infantil explica que, uma criança que diz muitos “nãos” aos pais, o faz porque está aprendendo:
- Que é sujeito da própria vida.
- Sobre o que gosta e o que não gosta.
- A se diferenciar dos adultos que cuidam dela.
- A desenvolver a própria autonomia.
- A estabelecer os próprios limites.
- A respeitar a própria individualidade.
- A se sentir segura a ponto de negar algo que você pediu.
Se tudo isso é normal e importante no desenvolvimento infantil, vem a pergunta de 1 milhão de dólares para pais e mães: como lidar com isso?
A sua aliada de primeira hora, pai, mãe, é a paciência. Assim como chegam de repente, as fases infantis também passam de uma hora para outra. Saber disso é importante para que a sua resiliência se fortaleça.
Ajuda bastante, também, saber que crianças cheias de opiniões são crianças saudáveis. Ou seja, seu filho ou filha não tem nenhum problema.
Ok, mas o que fazer com a criança birrenta dizendo não para o prato de canja? Sim, você precisa aprender a lidar com isso. Para isso, considere as seguintes dicas:
1- Aprenda a ceder de vez em quando
Você não precisa vencer todas. Se a birra é porque seu filho ou filha quer pular o prato de comida e ir direto para a sobremesa num dia, por exemplo, aceite e proponha um combinado: na próxima refeição, ela vai comer direitinho. Não é porque pulou uma refeição que a criança vai adoecer automaticamente.
2- Diga menos “não”
Lembra do nosso post sobre como nós somos o exemplo para nossos filhos e filhas? Então, se dizemos não o tempo todo, eles aprendem rapidamente a reproduzir esse comportamento. Em vez de dizer que seu filho ou filha não pode pular sobre a cama, por exemplo, proponha colocar o colchão no chão. Assim a brincadeira continua, mas sem o risco de um tombo de uma altura maior.
3- Proponha alternativas
Em vez de perguntar se ele quer fazer algo, abrindo espaço para um “não” como resposta, formule alternativas. Por exemplo: você quer brincar de bola ou prefere desenhar agora?
4- Estabeleça o diálogo
Algumas questões são inegociáveis, como escovar os dentes, tomar banho. Por mais cansativo que seja, insista em conversar calmamente e explicar a importância de respeitar essas etapas para a saúde e o bem-estar da criança.
5- Use a linguagem que a criança entende
Não adianta fazer longos sermões de adulto. Tente conversar com seu filho ou filha na linguagem que a criança compreende.
6- Mantenha a calma
Nem sempre é fácil, mas é fundamental que você consiga controlar a agressividade. Muitos de nós, quando crianças, éramos punidos quando nosso comportamento não atendia às expectativas dos adultos. Portanto, é natural que tenhamos a tendência de reproduzir esse modelo. Esforce-se para evitá-lo. Agressividade e punições são limitadoras e não ajudarão a criança a desenvolver a autonomia, a autoconfiança e a estabelecer os próprios limites.
Gostou do conteúdo? Acompanhe também nossos posts nas redes sociais da Mind Lab.
#PrecisamosFalarSobreIsso
ARTIGOS RECENTES
CATEGORIAS
- Educação (86)
- Família (222)
- Habilidades Socioemocionais (104)
- Motivação (28)
- Opinião (27)
2 Comentários. Deixe novo
E quando damos alternativas a resposta ainda for negativa? E quando a irmã mais nova aprende esse comportamento antes do tempo e temos 2 não recorrentes, frequentes e duplamente reforçados? As vezes eu faço testes e enrolo a língua ou digo palavras que não existem: vamos ‘blebgjosneb’? E o não vem sem ao menos terem compreendido o que eu disse! Paciência? Onde compra isso? Eu canso muito rápido. O carinho vem na pergunta original. Na explicação tem menos paciência, na terceira ou quarta vez o pedido vira ordem já com grito e chinelo na mão. As vezes não insisto, não quer comer, não coma, eu só posso matar a minha fome, não a sua. É realmente um ‘sapo’!
Lendo esse artigo hoje 01/08/24 e seu comentário também Paulo, que me define. Hoje mesmo fiquei em média 30 min sentada na cama, pacientemente, sem deixar meu filho de 1ano e 11 meses descer ou fazer qualquer outra coisa antes dele deixar eu colocar o colírio nos olhos dele, que por muito custo, distração, conversa, consegui colocar em um dos olhos, mas no outro era NÃO NÃO NÃO, eu trabalho fora, as demandas dele eu tenho que lidar diariamente sozinha, e já estava se aproximando o horário de ir para creche, tive que usar a “força” o segurando para colocar o colírio, depois o abracei pq me dói fazer isso, mas eu tento de tantas formas e isso é todos os dias sempre. Aí me questiono, a pergunta de que não tem preço: como lidar de forma assertiva, sem danos, amorosamente??? Eu não sei, a impaciência e intolerância têm me consumido e na mesma proporção a culpa…