Quem tem filho ou filha pequena sabe bem como é isso.
Na teoria, nós valorizamos o desenvolvimento da autonomia em nossos filhos. Na prática, porém, é tão mais fácil resolver logo tudo por ele ou ela que, na maioria das vezes, acabamos não dando espaço para que eles pratiquem essa habilidade socioemocional tão fundamental para a vida.
No texto de hoje, vamos explicar a importância de desenvolver a autonomia do seu filho ou filha desde cedo, vamos mostrar diferentes tarefas cotidianas que podem ser atribuídas à criança de acordo com a faixa etária e encerraremos com 6 dicas práticas para incentivar a autonomia do seu filho ou filha no dia a dia.
Boa leitura.
Por que a autonomia é importante?
Incentivar a autonomia desde cedo favorece o desenvolvimento de inúmeras habilidades socioemocionais que serão fundamentais para a vida adulta dessa criança.
Entre as principais habilidades, podemos mencionar:
- Responsabilidade – para lidar com as consequências de suas decisões;
- Estabilidade – para enfrentar adversidades e frustrações;
- Comunicação
- Criatividade
- Resolução de problemas
- Autoconfiança
Crianças que aprendem a tomar pequenas decisões desde cedo se transformam em adultos mais estáveis e equilibrados.
A partir de que idade posso estimular a autonomia de meu filho ou filha?
O estímulo à autonomia infantil deve ser um trabalho gradual e constante. Ele pode começar desde cedo, mas para que seja eficiente, necessita observação atenta da criança por parte dos pais.
Diferentes crianças apresentam diferentes ritmos de desenvolvimento cognitivo e motor e isso exige adaptação das tarefas.
De maneira geral, é possível afirmar que o trabalho pode ser iniciado a partir dos 3 anos de idade.
Confira a seguir algumas tarefas diárias que podem ser deixadas por conta de seu filho ou filha de acordo com a faixa etária:
- 3 anos – comer sozinha, guardar os brinquedos que acabou de usar colocar a roupa suja no cesto de lavanderia.
- 4 anos – higiene pessoal, como ir sozinha ao banheiro, escovar os dentes, tomar banho; atividades menos complexas na casa, como dar comida ao pet ou organizar o próprio quarto; arrumar a mochila para a escola, escolher e vestir a própria roupa.
- 5 anos em diante – Arrumar a própria cama, ajudar com a louça, ajudar a cozinhar, fazer deveres de casa, escolher atividades extras como esportes que gostaria de praticar.
É importante salientar que nos primeiros anos da criança, a supervisão do adulto é necessária. Conforme ela for se desenvolvendo, a complexidade das tarefas deve aumentar e os desafios passam a incluir não apenas atividades em casa, mas também fora dela, como atravessar a rua, comprar algo na padaria, etc.
6 dicas práticas para incentivar a autonomia do seu filho
- Peça ajuda para tarefas domésticas – Sempre lembrando de respeitar a faixa etária da criança, você pode pedir ajuda em pequenas coisas. A criança pode ficar responsável por trocar a água do cão da família, por exemplo. Ou por regar alguns poucos vasinhos de plantas que ficam dentro de casa. O envolvimento da criança nessas pequenas coisas mostra a ela a importância da colaboração na organização do lar e estimula a autonomia.
- Mostre que erros são aceitáveis – Um erro comum na educação das crianças é transmitir a crença de que errar é ruim e deve ser evitado. Ninguém deve errar com propósito, mas os erros, quando ocorrem, podem ser fontes de aprendizagem. Aceite os erros de seus filhos e, em lugar de fazer a correção por eles, incentive-os a refletir sobre as causas do erro e o que podem aprender com ele para buscar uma solução.
- Respeite o tempo da criança – Uma situação comum em 10 entre 10 famílias com crianças pequenas é aquele momento de sair de casa, em que já estamos atrasados, e a criança decide que quer uma roupa diferente. Atire o primeiro cabide aquele pai ou mãe que nunca se desesperou nessa hora, impôs a sua vontade e ainda vestiu a criança para acelerar os passos. Se você quer estimular a autonomia, é bom começar a respeitar mais essas pequenas manifestações de autonomia. Deixe que ela escolha a roupa que quer usar, mostre se é adequada ou não, explique os motivos, e deixe que se vista sozinha. Sabendo que ela vai demorar mais para se vestir sozinha, inicie esse ritual com tempo suficiente para não atrasar a chegada ao compromisso.
- Ouça o seu filho – Expressar as próprias emoções e sentimentos é parte da conquista da autonomia. Converse com seu filho ou filha, ouça o que ele ou ela tem a dizer. Pergunte as opiniões dela diante de situações do cotidiano, para estimulá-la a expressar o que pensa e sente.
- Estimule a criança a tomar pequenas decisões – O que ela quer levar de lanche para a escola? Que filme quer assitir? Qual livro gostaria de ler? O que ela gostaria de fazer no próximo domingo? Aos poucos, e de acordo com a idade, estimule seu filho ou filha a tomar pequenas decisões e ensine a ele ou a ela a importância de estar atento às consequências que nossas decisões nos trazem.
- Mantenha o diálogo aberto – Nem sempre vai ser possível acatar todas as vontades da criança. Mas nesses casos, é importante que o diálogo ocorra de maneira tranquila e franca. Você explica por que uma determinada vontade não poderá ser atendida e seu filho ou filha entende o que você está colocando. Ou não entende e chora e, dessa forma, aprende que a vida também tem frustrações e que é importante saber lidar com elas. 😉
