Quem tem filhos adolescente já sabe: quando eles chegam nessa fase do crescimento, o diálogo se torna difícil. Explosões, choros, agressões verbais, perda do controle emocional, desobediência são algumas situações comuns quando as tentativas de pais e mães de conversar com os filhos desandam para enfrentamentos.
No artigo de hoje, vamos tentar entender por que esses comportamentos ocorrem e como contorná-los em seis situações muito comuns nas relações entre pais e filhos adolescentes:
Por que meu filho adolescente não me ouve mais?
Se você está se perguntando isso, saiba que não está sozinho. Pais de adolescentes, em geral, sofrem dessa mesma angústia. A resposta para essa pergunta pode ser encontrada no campo da Psicologia. Na adolescência, os filhos vivem o conflito da separação simbólica do mundo dos pais.
Eles sofrem porque, ao mesmo tempo em que se sentem compelidos a buscar a autonomia, existe um desejo de continuar sob a proteção dos genitores. Os confrontos com as figuras do pai e da mãe, com tudo o que elas representam, são fruto desse conflito. E se você entrar nessa frequência também, ninguém conseguirá ouvir ninguém.
Por que meu filho adolescente não faz o que peço?
Nós os criamos desde que vieram ao mundo, sempre soubemos o que era melhor para eles, e continuamos acreditando que deveria ser assim para sempre… Só que não é. Seu filho cresceu e tem de aprender a fazer escolhas. Precisa viver experiências por contra própria. É a única maneira de ele descobrir do que gosta, o que lhe faz bem, que desejos o movem.
A desobediência adolescente é algo esperado e tem um componente saudável por todos esses aspectos listados acima. Se você mudar o seu mindset de pai ou de mãe de criança para o de pai ou de mãe de adolescente, talvez consiga enxergar a desobediência com outros olhos. E assim evitar confrontos que só deterioram as relações e geram mais desobediência.
Quer um exemplo? Imaginemos que seu filho tenha manifestado o desejo de saltar de paraquedas. Você, o proibiu, lógico, por saber todos os riscos que isso representa. Uma semana depois, ele chega em casa com um vídeo do salto que acabou de realizar. Sua autoridade foi desafiada. Ele o desobedeceu. O que você faz agora?
Você pode extravasar a raiva que está sentindo e iniciar uma discussão com argumentos do tipo: quem sabe o que é melhor para ele é você, ele não tem o direito de desafiá-lo, enquanto viver sob o teto que você sustenta, ele deve obedecê-lo…
O que vai acontecer? Vocês terminarão aos berros, xingamentos, portas batidas e caras fechadas? Isso não é bom.
Que tal respirar fundo, dominar aquela raiva que está sentindo, e sentar para assistir ao vídeo do salto com ele. E então compartilhar que você mesmo nunca teve coragem de saltar, embora talvez tenha tido vontade na juventude. Isso pode abrir a porta para uma conversa sobre os medos que o impediram naquela época – e que provavelmente são os mesmos que o haviam levado a proibi-lo de saltar. E ele? Sentiu medo? Como fez para superar isso?
Claro que você não gostou da desobediência dele. É importante colocar isso de forma assertiva. Mas que bom que nada de ruim aconteceu. Quem sabe numa próxima situação semelhante você possa pensar duas vezes antes de sair proibindo? E ele possa também pensar duas vezes antes de fazer escondido o que está com vontade? Se os dois forem capazes de estabelecer esse combinado, uma enorme avenida se abre para o diálogo e todo mundo ganha.
Nem sempre ele vai fazer o que você quer, mas vai ouvi-lo com muito mais atenção porque você o está ensinando a dialogar.
Por que meu filho adolescente não conversa comigo?
Você ouve quando seu filho tenta conversar com você? Ouvir significa parar tudo o que está fazendo, olhar para ele e realmente escutar o que ele quer te contar. Deixá-lo argumentar, dar direito à réplica e à tréplica. Responda, argumenta, faça sugestões, tente ajudar, mas sem impor o seu ponto de vista.
É preciso dar espaço para que ele contra-argumente. Poder expor seu raciocínio completo é muito importante para ele. Na correria do dia a dia, muitas vezes nos esquecemos de dar atenção real aos nossos filhos. Nos limitamos àquele ouvir do “hãhã” de quem já pensando e preocupado com outra coisa. E quando é assim, pode ser que ele prefira papear com o WhatsApp em vez de conversar com você.
Por que meu filho adolescente não me conta as coisas?
Para que seu filho confie em você, é preciso que você confie nele. Claro que você confia? Então vamos ver um exemplo. Digamos que seu filho matou aula hoje para ficar de bobeira numa praça com os amigos. Você ficou sabendo porque a escola ligou para avisar que ele e os três bffs não estavam na aula e saber se havia faltado por algum motivo.
O que você faz com essa informação?
Ao chegar em casa, você pergunta como foi o dia dele. Legal. Como foram as aulas? Legal. O que você aprendeu? O de sempre. Alguma coisa bacana que você quer me contar? Não. Você foi mesmo à escola? Claro, ué… É, ele não vai te contar. Com essas perguntas, você o está induzindo a mentir.
Agora pare e pense: faz sentido perguntar a ele uma coisa que você já sabe? Ele já havia cometido uma transgressão, que era matar aula. Agora cometeu a segunda ao mentir.
O mais correto, nesse caso, é trocar as perguntas pelas afirmações. Você pode dizer que sabe que ele teve um dia bem diferente, porque ele não assistiu às aulas. E que não é legal fazer isso, ainda mais sabendo que a escola vai ligar para você para perguntar por ele.
Você ficou só um pouco preocupado, porque afinal os três melhores amigos também estavam ausentes, então você logo imaginou que havia sido uma transgressão orquestrada… Se você conseguir manter um pouco de bom humor nessa hora, pode até ser que ele te conte por que decidiu matar aula e vocês possam conversar sobre as consequências da atitude dele.
Por que meu filho adolescente está deprimido num minuto e no outro está eufórico?
A instabilidade emocional é uma das características mais marcantes dessa idade em que o adolescente está aprendendo a regular as emoções e a diferenciar os afetos. Como lidar com essas oscilações que, num momento, o colocam num estado de felicidade infinita para, no outro, jogá-lo num estado de quase depressão?
Um bom começo é esforçar-se por compreendê-lo. E jamais confrontá-lo nos momentos de perda de controle. Pressioná-lo nessas horas pode aumentar o descontrole.
E finalmente…
Não caia no erro de imitar os hábitos e modos de falar e de se expressar dos adolescentes na tentativa de melhorar sua comunicação com eles. Seu filho vai se sentir constrangido diante de uma situação como essa. Lembre-se, você pode não ser mais o herói dele, mas continua sendo a referência de autoridade de que ele precisa para que a família tenha uma estrutura funcional.
Quer ter uma ideia como funciona a cabeça e comunicação dessa turminha adolescente? Então não perca nos próximos dias o vídeo que a youtuber Carol Alves gravou com exclusividade para o Vida Inovadora. Fique de olho.
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23 Comentários. Deixe novo
Tenho um filho de 16 anos. E no ano passado ele pegou escondido o número do cartão de crédito e comprou coisas de jogo no Google play. Tirei celular ficou um tempo de castigo sem fone internet. Daí agora ele volta a repetir novamente o mesmo erro. Não sei o que fazer.
Tirar o celular é uma boa opção, tente conversar cm ele, tipo ele provavelmente fez isso pq vc n deixou ele comprar.
Não deixar o filho ou filha fazer algo n quer dizer q n vai fazer ele vai fazer escondido.
Espero ter ajudado
É preciso saber se antes dele fazer isso, Vc explicou o porque de não comprar naquele momento, como contas pra pagar, ou somente após ver as notas, ou aguardar a mesada. Se falou apenas não porque não, o adolescente que já é de natureza ousado e inconsequente, acaba por ímpeto agindo assim. Dar a lista de motivos do porque não naquele momento e apresentando justos motivos, vão fazer que com reflita mais e te dará mais subsidio de argumentos se te desrespeitar, pois os motivos foram apresentados. Enfim, “não porque não” é a pior forma de negação.
Tenho muito medo do meu filho se envolver com drogas ou amizades ruins, por esse motivo sempre monitoro o celular dele com esse programa espião recomendo pois é muito bom! https://www.syncsoft.com.br/
Tirar a privacidade do seu filho fazendo isso n é muito legal.
Vc poderia tentar conversar cm ele sobre oq vc pensa sobre isso, mas ele tbm pode ter algo dizer e vc n pode tirar o poder de fala dele.
Nossa adorei o conteúdo e de primeira qualidade parabéns mesmo.
Vou compartilhar com meus amigos
Obrigada
Meu filho de 14 anos anda muito irritado, só da atenção para jogos, bate no irmão menor e me manda calar a boca quando vou questionar essas atitudes estou muito triste com isso, sou mãe solo, o pai dele não participa da criação
Gostei muito do texto, tenho um filho com 16 anos e está difícil de lidar com ele, é muita mudança de humor em um dia só, tento ajudar mas as vezes quem precisa de ajuda sou eu .
Pais fracos, filhos desobedientes.
Quem manda na casa são os pais, e eles obedecem.
Confiança?
Eles tem que conquistar a nossa, se perder não vão sair sozinhos até reconquistar.
Comece retirando o celular, se não resolver vai retirando outras coisas.
Conforme voltar a se comportar vai devolvendo seus benefícios.
Deve sim conversar e ouvir, mas a decisão final é dos pais, e deve sim ser respeitada.
Isso que gera a busca por estudar e ter a sua independência.
Meu filho andava muito estranho, quando instalei um programa no celular dele descobrir que ele estava com mas companhias .
https://www.apinc.com.br
recomendo a vocês que façam o mesmo esse programa é muito bom.
Sabe o que é engraçado, o texto disse durante um bom tempo que você deve confiar para receber confiança e aí tem várias mães que instalam aplicativos pra monitorar os filhos, isso é invasão de privacidade e se um dia seu filho descobre disso você nunca mais recupera a confiança dele totalmente
Criança não tem direito à privacidade na minha casa. É assim que muitos caem nas drogas
criança tem SIM um direito a privacidade, isso não é um direito da criança e sim um direito humano, acho que você deveria se informar mais sobre o assunto e parar de privar seu filho/a, pois isso estimula a rebeldia e muitas outras coisas que você não vai querer encarar
Olha, TODOS devem ter privacidade.
Há cerca de quase três anos eu descobri que minha mãe espionava meu whatsapp com um desses programas, e aí ela conseguia ver as mensagens que eu mandava para os outros e apagava.
Não, eu não fiz nada de errado. Eu só tava na minha primeira paixonite e blá blá e não tava pronta pra falar pra ela q gostava do menino.
E detalhe: ela JÁ olhava minhas conversas, porque pedia meu celular justamente para isso.
Eu entendo que os pais querem saber o que os filhos fazem e com quem conversam, eu mesma tenho essa vontade com meus irmãos mais novos, mas há limites, que devem ser definidos diretamente com o seu filho.
Depois disso, e de outras coisas, a confiança que eu tinha com a minha mãe nunca mais foi a mesma, mesmo que eu tenha vontade que fosse como era antigamente.
Eu não sei se ela ainda usa o programa ou o que quer que fosse, e não duvido disso, mas eu simplesmente sei que NÃO vou conseguir ter a mesma confiança que tinha antes. É isso.
Vou usar um exemplo bem ruim, mas é o que posso pensar agora: se seu conjugê te trai, você descobre tempos depois, mas ainda assim tudo dá certo no final, vocês ainda se amam e tem uma boa relação. O porém é que, não importa quanto vocês voltem a confiar um no outro, essa confiança não vai ser a mesma que era antes de você descobrir tudo. Você pode saber que pode confiar na pessoa, mas ainda assim não vai conseguir como fazia antes.
Olha, talvez eu tenha escrito demais, mas eu vim aqui porque eu quero tentar entender o lado dos meus pais, eu sei que eles só querem nosso bem, mas muitas coisas são possessivas e controladoras demais!
Dizer que seu filho tem que fazer o que você manda e seguir o seu modo de pensar enquanto ele estiver debaixo do seu teto não vai fazer ele desenvolver independência, vai fazer ele DESEJAR ficar longe de você, porque assim ele vai ter um POUQUINHO de liberdade, em fazer o gosta e pensar do jeito que prefere.
E isso não é bom. Você, sendo o responsável pelo seu filho e o mais velho, deveria, teóricamente, ser mais sábio, e isso deveria te guiar a ter uma relação de confiança com o seu filho para que ele conversasse livremente sobre qualquer tema com você, e assim você o guiasse, com base em toda a sua experiência de vida.
Me desculpem mesmo, esse texto ficou enorme, mas acho que era preciso o comentário do ponto de vista dos filhos.
No final, se os pais cuidam, apenas os respeitem, pois afinal vc existe por causa deles. Hoje muitos pais geram filhos e não os assumem, terceirizam o cuidado e a educação, e tem aqueles que simplesmente abandonam.
É por isso que nossos jovens estão se acabando em certas coisas e os pais sao os ultimos a saber,por causa dessas mentes fracas.Eu imagino a educação desses pais…
“Os filhos são o reflexo dos pais”.
Nunca li tantos conselhos ruins juntos. Com essa receita, ocê vai criar um bandidinho, não um bom ser humano para viver na sociedade.
Temos que dialogar sempre, ter cuidado, orientar nossos filhos.
São boas dicas, mas insustentáveis no atos de desobediência ativa ou passiva de um filho adolescente. Principalmente porque o acesso à Internet faz com os adolescentes tenham uma vida paralela à que tem em casa, e por serem facilmente manipulados, no intuito de se mostrarem independentes acreditam que a opção fora de casa é melhor, ainda que dependam dos pais em tudo. Melhor dica a um pai é cuidar da amizade de seus filho e sondar os conteúdos que ele tem acesso. Envolvê-lo em grupos saudáveis, como os do esporte.
Meu filho tem 15 anos, gêmeos c irmã!!! Porém faz alguns meses que não temos diálogo, trocas de carinho enfim…. Levo busco na escola, e ele não da uma palavra…. Sou culpada como diz meu marido, porque trato ele como se fosse homem e as meninas c carinho, na vdd pego no pé dele até p escovar os dentes.. passar protetor… tomar banho, vive game…. A gente entra quarto ele fala, o que foi? 😰😰😰 enfim.. sempre peguei no pé dele c tudo… quarto bagunçado, notas… enfim, agora vejo ele distante. Isso me preocupa muito….. na escola ele legal c todo mundo… conversa, gentil… comigo nem beijo mais 😰😰😰 tá me fazendo muito mal… meu marido tbm sente ele distante frio, parece que quer infrentar a nós😰 muito triste!! Família toda acha ele um amor, ele é quieto na dele… não briga… não entra discussão alguma na escola… maus em casa vive me tirando.. quarto dele não é limpo a 3 semanas… pois ele não tem coragem limpar.. eu vou acabar limpando amanhã… não é fácil, meu marido tbm me diminui perto dele, aí ele pega ar
Concordo, hoje minhas filhas estao adultas mas errei muito pois confiava e não monitorava .Monitorar é cuidar ,proteger .Não é Somente sobre nossos filhos mas sobre quem está tendo influência sobre eles .Eles terão muito tempo para suas privacidades .É.por isso que muitas crianças sofrem violências virtuais e a até casos de suícidio, me excesso de privacidade .Pais fiquei atentos !
Meu filho tem 14 anos. E está muito mudado. Extremamente calado. Não conversa comigo. Diz que não consegue. Só fala por mensagem. Desde o ano passado, quando entrou em uma escola nova, as coisas só pioraram. Ele da trabalho pra ir a escola e nunca foi assim. Todo dia sente enjôo, vontade de vomitar… já tentei levá-lo para o psicólogo, mas nunca dá em nada. Ele vai pra duas ou três sessões de terapia, a médica me chama pra dizer que não dá pra continuar pq ele não fala nada. Sempre insisto, falo com ele sobre a importância desse acompanhamento, que é um profissional que está lá pra ajudá-lo e que não vai julgar o que ele disser, mas ele diz que não precisa, que não quer. Quando falo que ele precisa se cuidar, ele diz que não se importa com isso. Tem sido extremamente difícil. Crio ele sozinha. Ultimamente tenho me sentido perdida e com sensação de que sou uma péssima mãe. Me culpo por tudo que acontece. Não sei o que fazer…