Coparentalidade: como agir após a separação
Separar nunca é fácil. Mudam os planos, a rotina, a dinâmica familiar. E, quando há filhos envolvidos, o desafio ganha outra dimensão. No entanto, é possível transformar essa fase em uma oportunidade de crescimento emocional para todos, principalmente se os pais adotarem a coparentalidade após a separação como modelo de criação.
Esse conceito, cada vez mais discutido entre educadores e psicólogos, propõe que pai e mãe, mesmo sem uma relação afetiva conjugal, sigam dividindo de forma respeitosa e colaborativa a educação e os cuidados com os filhos.
Quando o amor acaba, o cuidado continua
A base da coparentalidade é simples: colocar o bem-estar da criança em primeiro lugar. Para isso, é essencial que os adultos deixem de lado ressentimentos e foquem na construção de uma nova relação — agora como parceiros na criação dos filhos.
A comunicação clara, rotina bem definida e respeito ao espaço de cada um são pilares fundamentais. Quem leva e busca na escola? Quem decide sobre tratamentos médicos? Como serão os fins de semana? Quanto mais claro, menos conflito.
Coparentalidade pode ser mais saudável que uma relação infeliz
Por mais surpreendente que pareça, pais separados e bem resolvidos muitas vezes oferecem um ambiente mais seguro e acolhedor do que casais que permanecem juntos apenas por obrigação. A ausência de brigas constantes, de tensão no ar e de modelos negativos de relacionamento já são enormes ganhos para os filhos.
Quando há acordos bem estruturados e respeito mútuo, a criança se sente amada, protegida e confiante — mesmo que more em duas casas.
Atenção ao perigo da alienação parental
Infelizmente, nem toda separação segue por esse caminho maduro. Há casos em que um dos responsáveis tenta afastar o filho do outro, o que configura alienação parental uma prática extremamente nociva e prejudicial para o desenvolvimento da criança.
A advogada Patrícia Valle Razuk, especialista em Direito de Família, explica que a alienação prejudica a autoestima, a saúde emocional e o desempenho escolar. “Pais e mães se complementam. Um não substitui o outro. O diálogo é essencial para evitar esse tipo de situação”, reforça.
Dicas práticas para uma coparentalidade saudável
Para colocar a coparentalidade em prática com sucesso, seguem algumas orientações:
● Crie uma rotina clara e previsível para os filhos nas duas casas;
● Priorize o diálogo, mesmo que seja com a ajuda de um mediador ou terapeuta;
● Respeite o tempo e espaço do outro — críticas constantes desestabilizam a criança;
● Não transforme seu filho em mensageiro — conversem diretamente;
● Mantenha regras semelhantes nas duas casas para garantir segurança emocional;
● Envolva a escola: mantenha professores informados sobre a dinâmica familiar;
● Reforce vínculos afetivos com tempo de qualidade, e não apenas quantidade.
Como a Mind Lab pode contribuir nesse processo
Programas como o MenteInovadora, da Mind Lab, que desenvolvem habilidades socioemocionais e cognitivas em crianças e adolescentes, são ótimos aliados nesse cenário. A metodologia, baseada em jogos de raciocínio e mediação, ajuda os alunos a desenvolverem empatia, autoconhecimento, pensamento crítico e capacidade de resolução de conflitos competências essenciais em contextos de coparentalidade.
Separação não precisa ser sinônimo de trauma
Por fim, vale lembrar que a separação, quando conduzida com responsabilidade e respeito mútuo, pode ser uma experiência transformadora. A chave está no olhar atento aos filhos, no compromisso com o bem-estar emocional deles e na disposição de construir um novo jeito de ser família.
Afinal, mais importante do que estar juntos como casal é estar juntos como equipe. E assim, o amor continua — mesmo que em nova forma.
#PrecisamosFalarSobreIsso
ARTIGOS RECENTES
CATEGORIAS
- Educação (88)
- Família (241)
- Habilidades Socioemocionais (104)
- Motivação (28)
- Opinião (27)