Será que meu filho sofre de TDAH?
De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), a prevalência do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) no mundo varia entre 5% e 8%. Nos últimos anos, as taxas de diagnóstico aumentaram devido à maior conscientização e preparo dos profissionais de saúde e educação. Infelizmente, muitos jovens ainda não recebem o tratamento adequado, sendo vistos apenas como “crianças mal-educadas.
O que é TDAH?
O TDAH, sigla para Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, é um transtorno neurobiológico que afeta principalmente crianças, mas pode persistir na vida adulta. Os sintomas variam de pessoa para pessoa, manifestando-se de diferentes maneiras em crianças, adolescentes e adultos. Eles geralmente se enquadram em três categorias: desatenção, hiperatividade e impulsividade.
Sintomas e diagnóstico
Os sintomas mais comuns do TDAH incluem dificuldade de concentração, comportamento impulsivo e inquietude. A causa do transtorno é multifatorial e ainda não é totalmente compreendida. O diagnóstico é geralmente feito por neuropediatras, neurologistas e psiquiatras, por meio de uma avaliação multidisciplinar que envolve neuropsicólogos.
Crianças naturalmente mais agitadas podem levantar suspeitas de TDAH quando a hiperatividade interfere no rendimento escolar, nas relações sociais e no controle emocional. Outros sinais de alerta incluem baixo rendimento escolar, dificuldade de organização, procrastinação e problemas no controle das emoções. Esses sintomas devem persistir por mais de seis meses e aparecer em diferentes ambientes para serem considerados no diagnóstico.
Subdiagnóstico e subtratamento
O TDAH é frequentemente subdiagnosticado e subtratado, especialmente em meninas. O transtorno pode causar dificuldades significativas na concentração, hiperatividade e impulsividade, levando a problemas nas relações interpessoais em casa, na escola e na comunidade. Muitas crianças não chegam ao consultório devido ao preconceito e à falta de informação.
Tratamento para TDAH
O TDAH tem uma base genética, sendo comum que pais ou mães também apresentem sintomas não tratados. Fatores psicossociais, como traumas, negligência e uso de álcool ou tabaco na gestação, também podem estar envolvidos. O tratamento geralmente inclui medicações, apoio pedagógico, terapia individual e familiar, além de mudanças no estilo de vida, como rotinas regulares, exercício físico e uma dieta saudável.
O tratamento começa com acolhimento e uma visita ao consultório médico. Medidas simples, como aumento do tempo de prova, avaliações em ambientes sem muitos estímulos e apoio pedagógico, são recomendadas. Em casa, estabelecer uma rotina estruturada e proporcionar suporte emocional é fundamental.
Identificando os sintomas de hiperatividade
Para identificar se seu filho é hiperativo, é importante observar comportamentos e manias. Muitas vezes, pais atarefados não têm tempo para vigiar as crianças constantemente, o que é comum na sociedade moderna.
1. Desempenho escolar ruim: a queda no desempenho escolar ou a dificuldade constante em acompanhar os colegas de turma pode ser um sinal de alerta. É essencial compreender as limitações da criança em vez de exigir mais dela sem entender suas dificuldades.
2. Desatenção: a criança se distrai facilmente com novos brinquedos, atividades ou barulhos. Isso afeta tanto as tarefas escolares quanto os afazeres domésticos.
3. Agitação incontrolável: crianças hiperativas não conseguem permanecer quietas. Elas correm, mexem nos objetos ao redor e falam sem parar, necessitando de constante atenção dos pais.
4. Tagarelice: falar excessivamente e interromper conversas são comportamentos comuns. A criança procura verbalizar seus pensamentos rapidamente para compreendê-los melhor.
5. Distração: quebrar ou derrubar objetos acidentalmente é outro indicativo. A criança pode ter machucados frequentes por bater em móveis ou objetos.
6. Dificuldade em compreender instruções: a criança com TDAH pode não entender as orientações de imediato, precisando de repetição. Isso não ocorre por preguiça, mas pela dificuldade de compreensão.
7. Ansiedade: a criança hiperativa pode ser impaciente, atropelando colegas em brincadeiras ou atividades escolares, sendo rotulada como inconveniente.
8. Impulsividade: a impulsividade pode levar a comportamentos perigosos, causando machucados ou ferimentos em brincadeiras que saem do controle.
O diagnóstico
Para confirmar o TDAH, é necessário que os sintomas se repitam com frequência. Muitas crianças têm dificuldades na escola, mas quando essas dificuldades são generalizadas, os pais devem se preocupar. O TDAH pode variar de leve a grave, e a intensidade dos sintomas deve ser relatada a um profissional.
O diagnóstico pode ser confundido com comportamentos típicos da infância, por isso a análise comportamental pode levar tempo. Essa cautela é essencial para um diagnóstico correto. Meninos tendem a ser diagnosticados mais facilmente devido à hiperatividade evidente desde cedo, enquanto meninas geralmente mostram déficit de atenção.
TDAH na escola
Na escola, crianças com TDAH podem ser vistas como bagunceiras ou preguiçosas, devido à impulsividade e baixo desempenho escolar. Professores despreparados podem reagir com sermões e punições, agravando a situação. A criança pode ser rejeitada pelos colegas, afetando sua confiança e causando frustração.
Os pais devem estar atentos ao comportamento dos filhos para identificar possíveis sintomas de TDAH. Participar ativamente da vida escolar e garantir que a criança receba o apoio necessário são passos fundamentais. Diagnosticar e tratar o TDAH precocemente pode fazer uma grande diferença na vida da criança, ajudando-a a desenvolver todo o seu potencial.
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