Papel materno e paterno: quem é quem na educação dos filhos?
Dentro da família, estamos acostumados a entender os papeis de pai e mãe enquanto funções bem delimitadas. Por questões psicológicas e sociais, de geração em geração esses padrões foram se repetindo sem serem questionados.
Em geral, enquanto as mães representam a proteção e acolhimento, os pais representam a força e a repressão. Não à toa, é comum se sentir mais à vontade em desabafar com as mães e entender que a palavra final diante de um pedido vem do pai.
Apesar de não serem regras, esses são alguns dos papeis clássicos que as famílias costumam assumir. Algo que só tem começado a mudar recentemente diante das novas configurações no lar e quebras de paradigmas sociais.
Hoje em dia, sabemos que essas funções podem ser assumidas por qualquer tipo de casal, de forma invertida entre um homem e uma mulher, apenas por uma pessoa ou por duas pessoas do mesmo sexo.
No entanto, os problemas de identidades inflexíveis ou de pessoas que assumem um único papel é o reflexo que esses comportamentos geram na percepção dos filhos. É comum que cresçam emocionalmente instáveis e cheios de preconceitos sobre as figuras masculina e feminina.
Afinal, qual é o papel de cada um?
O psicólogo Frederico Mattos ajuda a entender mais a fundo o que representam esses dois papeis centrais da criação de uma criança:
“A função materna é aquela que possibilita a comunhão entre as pessoas, de tal modo que a pessoa consiga confiar, amar, se emocionar e sensibilizar diante da vida e das outras pessoas. Relembrando que isso guarda resquícios sexistas, pois na verdade pode ser feito por qualquer pessoa.
A função paterna seria aquela responsável por confrontar os dados de realidade com a criança, tirando-a do reino encantado do egocentrismo e fazendo que consiga gradualmente perceber e respeitar os limites da convivência e das regras. Seria a mão pesada que frustraria seus desejos e organizaria o caos interno dando nome aos bois e colocando o sujeito diante da racionalidade e da lei. É a regra que previne o comportamento problemático, negligente, maldoso e em, última instância, criminoso.”
Isto significa que para crescer saudável uma criança precisa desta balança equilibrada. Quando falta o carinho ou o limite necessário, as disfunções tendem a aparecer na forma de problemas evidentes já na infância ou mais à frente na adolescência. Eles se manifestam nas mais diversas áreas, mas principalmente nos relacionamentos de todos os tipos.
Funções compartilhadas
Um dos maiores erros na criação dos filhos é estabelecer estereótipos de funções. Em uma família tradicional sabemos, por exemplo, que muitas vezes as mães se sentem sobrecarregadas como se elas tivessem mais responsabilidade do que os pais.
Além disso, existe a questão já mencionada sobre os papeis maternos e paternos ainda associados ao gênero da pessoa. Na verdade, os dois papeis deveriam ser exercidos pelas duas partes. Tanto o pai deve aprender a demonstrar afeto quanto a mãe deve poder impor regras.
Infelizmente, ainda é muito comum ver homens que se debatem para se expressar emocionalmente pois associam esta imagem apenas à mulher. Da mesma forma, mulheres se veem repreendidas para serem elas mesmas e para tomarem atitudes firmes quando querem. Não é difícil perceber que nesses casos, o que vemos é muito mais uma repetição de padrões que começam na família do que o exercício do livre-arbítrio dos seres humanos atuando diante de toda sua complexidade e que não se limitam a papeis tão definidos assim.
E você? Consegue perceber algum desses padrões em sua família?
Escreva para nós, nos comentários, como fazem para equilibrar essa balança e quais são os maiores desafios!
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2 Comentários. Deixe novo
Penso que a responsabilidade é igual, porem a mãe é mais cobrada por isso.
A responsabilidade são dos dois, pois os dois pai e mãe e filhos é quem fazem parte da família.