Em meio a tantas mudanças que os jovens precisam assimilar, parece ser impossível que eles tenham clareza da sua orientação profissional e de um projeto de vida a ser traçado e seguido. Esse é um período que eles ainda estão tentando decifrar quem são, quem querem ser.
Muitas vezes, não nos damos conta que diferentes influências atuam de forma interdependente e inconsciente na forma como fazemos escolhas.
Abordamos, neste artigo, três diferentes influências que atuam sobre as escolhas do seu filho e das quais muitas vezes nem nos damos conta.
Influência Familiar
Desde pequenos, seus filhos vêm ouvindo referências em família, que vão se transformando na identidade e, às vezes de forma inconsciente, formando uma visão acerca de quem são e de como será seu futuro. Muitas vezes, querendo escolher por eles a orientação profissional. Frases como “esse menino é muito criativo, acho que vai ser artista” ou “olha como ela é inteligente, vai seguir os passos da mãe e ter uma carreira de sucesso” ficam repercutindo dentro deles, que acabam assumindo algumas ideias e sonhos compartilhados com os familiares acreditando serem seus.
Influência Social
Vamos nos ater aqui aos amigos, grupo tão importante nessa fase que é a adolescência. Ao entrar na puberdade, e posteriormente adolescência, o círculo de amigos e colegas ganha força e passa a ser uma referência para eles. O modo como se veem e como querem ser vistos torna-se uma das preocupações centrais dos jovens, que vão se juntando por identificação, criando grupos com características semelhantes. Por isso mesmo, muitas vezes acabam confundindo o que é próprio, pessoal, e o que é do outro. Muitas vezes essas ideias não são verdadeiramente deles e sim “emprestadas” de outras pessoas de seu convívio.
Influência Cultural
Os jovens também absorvem as características específicas da cultura em que estão inseridos: qual carreira é valorizada, qual paga bem, qual dá status, qual está na moda. Nesse ponto, entram também os valores que são veiculados pela mídia e a questão dos padrões culturais da sociedade quanto ao gênero. Há uma construção social que relaciona algumas profissões como predominantemente masculinas ou femininas, como se houvesse competências que só homens ou só mulheres possuem. Todos esses aspectos da cultura influenciam inconscientemente algumas escolhas, pois estão enraizados desde o nascimento, levando os indivíduos a conceber aspectos sobre eles ou sobre as profissões que não são reais, mas construídos – e, principalmente, generalizados.
Dica da especialista:
“A escolha profissional é um processo que deve envolver bastante reflexão, questionamento e autoconhecimento. Quanto mais nos conhecemos, mais conseguimos ter consciência do que é genuinamente nosso e saber identificardecisões baseadas no que é importante para o outro. Para tomar consciência das possíveis influências que sua escolha profissional está sofrendo, confira alguns questionamentos que promovem essa reflexão e contribuem para um maior autoconhecimento nesse momento de escolha.”
QUESTÕES RELEVANTES QUE AJUDAM A REFLETIR:
– Se seu filho morasse em outro lugar, bem distante da família, a opção profissional dele seria diferente?
– Quanto as opções dele agradam ou desagradam a família? Que sensações isso traz?
– Quais coisas que ele ouviu ou viu em casa podem estar relacionadas às suas opções profissionais?
– As opções do seu filho são similares às dos amigos?
– Tem alguém na família que exerce a profissão que ele está inclinado a escolher? Como veem essa(s) pessoa(s)? Que aspecto(s) nela(s) seu filho admira?
– Ele considerou e descartou alguma opção motivado pela forma como ela é vista culturalmente? Qual aspecto o fez descartá-la? (Após identificar a resposta, considere esse aspecto como um valor, algo que ele busca e que pode ajudar a direcionar a sua escolha.)
– Considerou e descartou alguma opção por ser exercida por muitas pessoas do sexo oposto ao dele?
O que achou desse artigo? Conte pra gente nos comentários abaixo! Esperamos que ele te ajude a entender melhor esse momento decisivo e que que possa auxiliar a esclarecer suas incertezas.
Formada há 16 anos e com experiência na área Clínica e Organizacional, Fernanda Costa é psicóloga do Zenklub, parceiro da Mind Lab no desenvolvimento emocional e apoiando os jovens a descobrir o seu caminho profissional.
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1 Comentário. Deixe novo
Acredito que a escolha é dele, porém cabe aos pais orientar sobre.