Lidar com frustrações também se aprende
Crescer é aprender a lidar com desejos que não se realizam, com jogos que se perdem, com amizades que mudam e com vontades que nem sempre são atendidas. É aprender a lidar com frustrações. Tudo isso faz parte da vida. E quanto antes a criança desenvolver recursos internos para enfrentar essas situações, mais preparada ela estará para os desafios da vida adulta.
Por isso, é essencial que pais, professores e cuidadores saibam como ajudar as crianças a lidarem com frustrações de maneira construtiva, empática e educativa.
Isso não significa evitar que sofram, mas sim ensinar a atravessar as decepções com acolhimento e reflexão, transformando o “não” em ponto de partida para o amadurecimento emocional.
Frustrações: por que elas importam?
Frustração é o sentimento que aparece quando a realidade não corresponde às nossas expectativas. Na infância, esse sentimento pode surgir em diversas situações: ao perder um jogo, ao não conseguir montar um brinquedo, ao receber um “não” de um adulto ou ao lidar com mudanças inesperadas.
Diferentemente do que muitos pensam, evitar a frustração não protege a criança, enfraquece sua capacidade de enfrentamento. A infância é justamente o momento ideal para treinar, em doses pequenas e seguras, a tolerância às decepções.
É nesse cenário que o trabalho com as competências socioemocionais ganha força. Programas como o MenteInovadora, da Mind Lab, mostram que é possível, sim, ensinar habilidades como autorregulação, resiliência, empatia e pensamento estratégico a partir de jogos, dinâmicas e conversas guiadas, tudo com afeto e estrutura.
Sete estratégias para ensinar crianças a lidar com frustrações
Atitudes práticas que podem ser aplicadas tanto em casa quanto na escola:
1. Normalize o sentimento
Diga frases como: “eu entendo que você está frustrado” ou “é normal se sentir assim quando algo não sai como queremos”. Isso mostra à criança que sentir-se mal não é errado, é humano.
2. Ajude a nomear emoções
Ensinar a identificar o que sente (raiva, tristeza, decepção, impaciência) é o primeiro passo para elaborar e transformar esse sentimento.
3. Evite recompensar ou distrair imediatamente
Diante de uma frustração, não ofereça imediatamente outro prêmio ou estímulo. Isso ensina a evitar o desconforto em vez de enfrentá-lo.
4. Conte histórias sobre erros e recomeços
Traga exemplos reais ou fictícios de pessoas que erraram, sentiram-se frustradas e seguiram em frente. Narrativas têm grande poder educativo e emocional.
5. Ensine estratégias de regulação
Respiração, contagem regressiva, desenho, escrever ou se movimentar são formas simples de canalizar a emoção. Incentive a criança a descobrir qual funciona melhor para ela.
6. Proponha jogos com regras e derrotas
Jogos de tabuleiro, esportes e dinâmicas em grupo ensinam a lidar com perdas de forma lúdica. Os jogos do Programa MenteInovadora, por exemplo, são desenhados para explorar o erro como parte do processo de aprendizado.
7. Celebre tentativas e não só resultados
Valorize o esforço, a persistência e o aprendizado. Diga: “gostei de como você tentou de novo”, “foi corajoso da sua parte continuar mesmo frustrado”.
Quando a frustração vira oportunidade
Crianças que aprendem a lidar com frustrações tornam-se jovens e adultos mais seguros, resilientes e autônomos. Ao invés de evitar conflitos ou esperar gratificação imediata, elas desenvolvem paciência, tolerância à espera e maior repertório emocional para resolver problemas.
Na prática pedagógica, isso se traduz em alunos que conseguem lidar melhor com correções, com provas difíceis e com críticas construtivas. Ou seja: ajudar as crianças a lidar com frustrações é, também, ajudar a construir caminhos mais saudáveis para a aprendizagem.
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